sábado, 28 de janeiro de 2012

No País das Maravilhas





« Não aceite e não se contente com migalhas na sua vida. 
Porque Deus te fez humano, não formiga. »

É tudo tão errado. Aqui dentro da minha casa, aqui dentro do meu peito. E lá fora, no mundo, nem se fala. É tudo tão chato, tão fraco, tão pouco. Gente falsa, gente ingénua incapaz de perceber o mal que faz. Pessoas a rir dos pequenos erros dos outros, sem terem a capacidade de olhar para os seus, talvez bem maiores. Pessoas podres de ricas e com aquele egoísmo, mesmo assim, no topo. Mas também há, felizmente, aquelas pessoas, que mesmo pobres, são as pessoas mais queridas do mundo, as pessoas mais verdadeiras. Aquelas que são capazes de dar tudo, só para ver aquele e o outro felizes, cheios de saúde, paz e amor. Essas sim, eu posso chamar-lhe de «pessoas», não imitações de pessoas.
Na vida temos escolhas, caminhos a seguir, promessas a cumprir. Dever de perdoar e direito de errar. 
E é assim que nós vamos vivendo, sabes? Errando para aprender. Decepcionando, para nos proteger. Magoando para crescer. Chorando para sorrir. Caindo e voltando a cair, sempre com intenções de conseguirmos aguentar-nos na próxima queda. No fim, tudo que for bom e verdadeiro, tudo o que realmente nos fizer bem, permanece. O que é mau e nos faz mal, vai embora, deixando sempre as suas arrogantes lembranças e aquela saudade meiga que nos atormenta a cada segundo que passa.
Por isso é que estás aqui. Permaneceste sempre, mesmo depois de tudo. Ajudaste-me mesmo quando não tinhas forças. Mas a verdade é que estiveste sempre lá, bem a meu lado. Foste capaz de derrubar muralhas e destruir castelos só para me por a sorrir. E na verdade conseguiste. Derramei lágrimas sobre lágrimas, vivi dias de solidão e de escuridão. Mas o melhor de tudo, é que já aprendi a dar valor à minha vida. A gostar de mim primeiro. A não me deixar abalar por pessoas que não merecem nem um sorriso. E acredita, muito do que eu já construí, deu-se da tua grande ajuda, Alice. Tua e não só. Mas admiro a tua maneira de ser, a tua humildade, o teu valor. Admiro a tua força, a tua esperança. Nunca desistes, o que te torna uma lutadora. A tua paciência e a tua forma de ultrapassares cada erro. Sabes, uma das coisas que eu prendi contigo foi que durante a vida, devemos guardar as pedras que nos aparecem à frente, porque um dia, vamos construir um grande castelo e mostrar a quem destruir o nosso conto de fadas, num inferno, que sem ele estamos, talvez, bem melhores. E de facto é verdade, não podemos dar tanta importância aquilo que nem significado tem. Dar valor a quem nem isso tem. Devolver um sorriso a quem, apenas nos fez perder forças, vontade e lágrimas rasgadas. Não, finalmente percebi de quem me rodiava. E é assim, aos poucos e poucos vamos crescendo e apercebendo, de cada ponto, de cada virgula. Vamos acentuando os capítulos da nossa história e corrigindo cada erro cometido. E sobretudo, aprendemos a dar valor às grandes amizades. A desculpar cada traço, cada linha. Sobretudo, deixar para o lado aqueles pequenos erros sem importância e lutando para nunca perder aquilo que nos faz realmente feliz. Aquilo que mais nos apoia e consola. E é por isso que aqui estou hoje. Para te pedir desculpa, para te pedir de volta. Para te desculpar e para te amar. Para te dizer que estou disposta a tudo, para recuperar aquela grande amizade. E, talvez o mais importante, te agradecer por tudo o que tens feito por mim. Por tudo o que conquistaste comigo e por todas as vezes que desabafaste. Um obrigada por tudo, apenas.