quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Chega de teatro.

Eu sinto saudades de coisas que nem sei se existiram. 



ela: (...) Porque eu tinha medo de te perder.
ele: E agora continuas com esse medo?
ela: Não, já faz um tempo que perdi.
ele: O medo? 
ela: Não, a ti. E acredita, foi a melhor coisa que me
podia ter acontecido.


Aprendi com os meus próprios erros que sofrer não me torna mais poética, que chorar não me deixa mais aliviada e que implorar não me traz ninguém de volta. Aprendi também que, por mais que queiras muito alguém, ninguém vale tanto, a ponto de tu te deixares de querer a ti próprio(a). Cheguei a cometer esse erro, vezes sem conta até, deixando para trás a minha auto-estima, só dando atenção aquilo que realmente mais queria e amava. No fim, a minha recompensa foi zero. Zero vezes zero. Não é fantástico? Dares tudo por alguém e depois esse alguém te deixar na merda? É que não há mesmo outro termo, sem ser esse. É tão fantástico saber que percorreste quilómetros e no fim não estar lá quem querias, quando esse alguém prometeu estar sempre presente. Saber que perdeste meses da tua vida com alguém que não merecia nem um segundo, sequer. Mas é assim. Há quem consiga dar sempre a volta por cima. Acrescentar sempre uma virgula, mesmo depois do ponto final estar lá, bem a negrito. Fazer com que nós próprios consigamos destruir, em coisa de dois segundos, o que levámos tanto tempo a construir. Mas acabamos, mais uma vez, por perdoar com medo de perder, não pelo facto de merecer. Irrita, revolta, magoa, mas é assim. É e continua a ser, porque há quem não aprenda. Há quem não sinta, nem repare. A estas pessoas costumo dizer "tem cuidado, porque queres ter tudo e no fim vais acabar sem nada.".  Não conseguem perceber que, com tanto egocentrismo, não vão a lado nenhum, é incrível.
Cada vez acredito mais que, qualquer tipo de felicidade é melhor do que ficar a sofrer por alguém que não podemos ter. Mas acabamos sempre por insistir, outra e outra vez, mesmo depois de saber que não nos merecem.  Eu que gritei para tantas pessoas ficarem, e hoje só quero mesmo é que elas saiam da minha vida, de uma vez por todas. E em silêncio, para não ter que dar explicações a ninguém. Mas já pus na cabeça que vou conseguir seguir e garanto que não vou voltar a olhar para trás. Fartei-me de falsidade, de mentiras, de arrogância, de falta de 
criatividade. É sempre a mesmo rotina. Largas, deixas e depois voltas. Chega de teatro. A minha vida não é uma peça de teatro. E eu não sou nenhum fantoche para brincares comigo e com os meus sentimentos. Para mim acabou, mas de vez mesmo. Agradeço-te desde já, todo o tempo perdido e todas as falsidades, meu querido. 

- Felicidades aí com isso, gostoso. ;) 

(Entende isto, como o último adeus aos velhos tempos.)