sábado, 3 de dezembro de 2011

Guarda-chuva cor-de-laranja.




«hoje eu sei, eu te amei, no vento de um temporal (...)» 
Era uma noite de Inverno, estava frio e um grande temporal. Decidi encostar-me à janela, enrolada à minha manta, e como nada se passava lá fora, pus-me a escotar o silencio do cair das gotas da chuva. É fantástica a simplicidade de como elas caiam suaves e soadas, parece que nada lhes afeta. Não me questiones do porquê de gostar mais da chuva que do sol, pois eu também não sei. Talvez por meras memórias. Vou tentar explicar de uma forma mais clara. Bem, digamos que sempre apreciei mais o sol, na verdade é ele que consegue sempre brilhar, ou não? «Chuva» parece que traz aquele tom de desconforto. Aquela angustia de ter-mos que ficar sempre em casa para não ter que andar sempre com o guarda-chuva cor-de-laranja na mão. Sim, é chato. Mas são nestes dias em que podemos estar ao lado de quem amamos, abraçada a ele a sentir o calor do seu coração e a ouvir as suas palavras de conforto. E porque não um filme? Até calha bem. E logo eu, que gosto tanto de ver filmes. Agora explica-me, porquê sol? É a praia que te fascina? Ou as ondas dos oceanos? Também gosto. Até demasiado, para memórias tão más e arrogantes que tenho de «praia» e «verão». Já sei, é pelo sol ser amarelo e gigante, não é? Eu sei, ele tem uma força imensa e mesmo naqueles dias em que as nuvens se metem em frente dele, não desiste e faz com que apareça sempre em primeiro plano. Até quando se vai para deitar, deixa toda a gente boquiaberta a olhar para a forma linda de desejar um bom final de dia. Sim, ele de facto é valioso. Muitas vezes quer mostrar-se grande, mesmo que na verdade seja pequeno. Traz aquela lição de «se realmente queres, luta.». Mas nem sempre a devemos seguir. Quer dizer, devemos, mas após muitas tentativas falhadas, chegasse ao ponto de que não à volta a dar. Mas é como tudo, vem e vai.
Voltando à chuva. Secalhar são estas coisas que me levam a apreciá-la de uma maneira diferente. E já viste como ela é tão transparente, tão verdadeira? As gotas que a constituem até podem ser pequenas, mas a meu ver, são muito valiosas. Pode parecer estranho, mas já aprendi muito com ela.


Três de novembro de dois mil e onze. *