Como não gostava muito de passar horas e horas na água, deixei-me ficar na toalha, a apanhar sol. Não aconteceu o mesmo com Mafalda que, logo que chegámos, pousou as coisas num rapidez tremenda e foi dar um mergulho pelo rio. Parecia que tão cedo não saía de lá.
Martim: Está tudo bem contigo?
Sofia: Tudo óptimo, porquê? Não devia de estar?
(Acho que fui um bocadinho bruta demais, mas nunca fui lá muito boa mentirosa.)
No dia seguinte, cerca das 08h35 da manhã o telemovel toca. Olhei para o ecrã e tinha recebido uma mensagem do Martim. Abri e dizia: "Desculpa miuda, acredita que estou muito arrependido. Faço o que for preciso, mas por favor, volta. Prometo nunca mais te desapontar.". Isto repetia-se diariamente e cada dia me senti mais confusa.
Sofia: Realmente não vales nada. Quando decido desculpar-te, mentes-me outra vez. Mas ainda bem que percebi isso, porque agora sei que relamente és um falso.
Martim: Não estou a perceber meu amor, explica-te.
Martim: Ei, calma, Sofia. Já vi que não está tudo bem, queres falar sobre isso?
Sofia: Se fosse a ti não queria saber, Martim.
Marim: Mas é claro que quero.
Sofia: Ai sim? Então aqui vai: ontem, quando chegámos, ao contrário da Mafalda, eu não fui logo para a cama, não tinha sono, e como não tinha nada para fazer, decidi ir à janela, ver a paisagem, e apreciar a noite.
Martim: Não estou a entender no que é que isso contribuiu para esse teu estado.
Sofia: Exacto, isto não contribuiu nada. Talvez se eu te disser para onde dava a vista do meu quarto, tu percebas… Dava para o jardim, Martim.
(Ficou paralisado, não respondeu, o que ainda me fez ficar mais irritada e triste com a atitude dele.)
Sofia: Eu vi, Martim. Infelizmente, vi-te com uma rapariga, vi o beijo, vi tudo. Tudo! Nunca pensei que fosses capaz disso, muito menos esconder-me com toda a lata do mundo. Pensei que fosses diferente, e que devia acreditar nas coisas que me disseste, mas afinal, não passas de um igual aos outros, um mulherengo.
Martim: Mas ela é que me beijou!
Sofia: Eu bem vi quem beijou, mas tu não a afastaste, e retribuíste.
Martim: Mas tudo o que eu te disse era verdade, eu amo-te, Sofia.
Inês: Amar? Amar, não inclui a palavra traír no meio.
Martim: Não foi propositado, nunca te quis magoar.
Sofia: Sempre as mesmas desculpas. Sabes, Martim, eu estava a gostar realmente de ti, aliás, infelizmente, isto só fez com que os meus sentimentos por ti ainda ganhassem mais forças, mas depois do que vi, já não sei, sinceramente, se te quero a meu lado.
Martim: Mas és a mulher da minha vida, Sofia. Desculpa-me, por favor.
Sofia: Não sei se consigo, tu para além de me traíres, não foste sequer capaz de me contar, porque eu ia-te ouvir, mesmo tendo assistido a tudo.
Martim: E vais-te embora?
Sofia: Não, vou ficar aqui até irmos embora, porque apesar de não conseguir olhar para ti, gosto muito da tua irmã e dos teus avós, e vou ficar, porque a tua irmã também me pediu para ficar. Adeus, Martim.
Levantei-me, com as lágrimas na cara, e fui ter com a Mafalda ao rio. Dei um mergulho e fiquei com ela um bocado. Via o Martim sentado, a olhar para mim, com a mão na cabeça, consciente de que tinha feito asneiras.
O resto do fim-de-semana passou-se, com várias tentativas de comunicação da parte dele. Com muito esforço meu, ignorava-lhe na maior parte das vezes, e outras simplesmente me ia embora.
No dia seguinte fui para casa e quando cheguei, contei todas as novidades à minha irmã, que no inicio ficou toda entusiasmada, mas quando lhe contei o sucedido, ficou parva e de seguida apenas de resumiu a dizer "Sofia, ele não te merece. Não tem noção do que perdeu. Agora segue em frente, de cabeça bem erguida. Ele não merece nem uma lágrima tua. Vais arranjar melhor, acredita.". (...)
No dia seguinte, cerca das 08h35 da manhã o telemovel toca. Olhei para o ecrã e tinha recebido uma mensagem do Martim. Abri e dizia: "Desculpa miuda, acredita que estou muito arrependido. Faço o que for preciso, mas por favor, volta. Prometo nunca mais te desapontar.". Isto repetia-se diariamente e cada dia me senti mais confusa.
Passada uma semana as aulas tinham começado e ele estudava na escola do lado. Tinha pedido a uma amiga, para depois do almoço vir comigo ao portão da escola dele, porque eu tinha decidido que, afinal de contas, não conseguia ficar sem ele e iria desculpá-lo, depois de tudo. Já tinhamos chegado ao portão e eu contava segundo a segundo, anciosa para que ele saisse. A campainha da escola, finalmente, tinha tocado e eu olhava para todo o lado para ver se o via, quando derrepende o vi de mãos dadas, com uma rapariga, a sair do bloco. Os meus olhos encheram-se de lágrimas, mas optei por esperar e espiá-lo. Levou-a para junto das bicicletas, pegou-lhe na mão e beijo-a. Não aguentei e fui a correr para casa, faltando ao resto das aulas do dia.
No dia seguinte, voltou a mandar a mensagem que anteriormente me mandava. Peguei no telemóvel, irritada.
Sofia: Realmente não vales nada. Quando decido desculpar-te, mentes-me outra vez. Mas ainda bem que percebi isso, porque agora sei que relamente és um falso.
Martim: Não estou a perceber meu amor, explica-te.
Sofia: Não te faças de sonso ! Não te chega uma ?
Martim: Juro que não faço ideia do que te estás a referir. Sim chega, quero-te apenas a ti.
Martim: Juro que não faço ideia do que te estás a referir. Sim chega, quero-te apenas a ti.
Sofia: Sim, a mim e à outra.
Martim: Que outra ?
Sofia: Fui ter contigo na minha hora de almoço e vi-te de mãos dadas com uma rapariga e aos beijos. Sinceramente, não vales mesmo nada. Fizeste-me acreditar em tudo o que dizias, fazias ou aparentavas ser e afinal não passas de um mentiroso, um falso.
Martim: Que outra ?
Sofia: Fui ter contigo na minha hora de almoço e vi-te de mãos dadas com uma rapariga e aos beijos. Sinceramente, não vales mesmo nada. Fizeste-me acreditar em tudo o que dizias, fazias ou aparentavas ser e afinal não passas de um mentiroso, um falso.
Martim: Mas eu amo-(...)
Sofia: Nem te atrevas Martim ! Só mais uma coisa, nunca, mas nunca mais, voltes a dirigir-me a palavra. Ah, obrigada por me teres feito perceber que de facto, só estava a perder o meu tempo contigo.
Sofia: Nem te atrevas Martim ! Só mais uma coisa, nunca, mas nunca mais, voltes a dirigir-me a palavra. Ah, obrigada por me teres feito perceber que de facto, só estava a perder o meu tempo contigo.