sábado, 6 de agosto de 2011





Enquanto caminhava, mirava paisagem a paisagem. Admirava a alegria das flores, o cantar do vento, o brilho da relva e até as brincadeiras entre pássaros. Parece que tudo estava bem, que era tudo mágico. Até que mais à frente, sem dar conta olhei pro lado esquerdo. Aquele lugar não me era estranho. Fez-me sentir saudade, fez-me recordar. Atravessei a rua. Sentei-me no banco, naquele banco castanho e imaginei-te a meu lado. Imaginei-me deitada com a cabeça sobre as tuas pernas, a sentir as tuas mãos a mexerem-me na cabeça, só mais uma vez. Depois ouvi a tua voz a sossurrar-me ao ouvido 'és uma criança'. Então fui a correr até ás escadas rolantes e subi-as, tal como naquela sexta. Subi, porque quis imaginar mais uma vez aqueles momentos, aquelas palavras. Subi, porque queria voltar a subi-las contigo, mesmo sabendo que não estavas lá. Senti-te por minutos presente, mas ao mesmo tempo distante também. Sabes ? Continuo a mesma criança. A criança que amas-te um dia. A criança que passou de amiga, para melhor amiga, e depois para namorada. A criança que te amou/ama, sem ter jeito de o explicar, sem igual. Mas a criança que sou, vai continuar a crescer. Vai aprender, de uma vez por todas, que apenas pertenço ao teu passado. Que vai ter de seguir em frente, sem ti, porque foi o que tu à muito já fizeste.